PATRIMÔNIO CULTURAL E EDUCAÇÃO PATRIMONIAL: A OPERAÇÃO HISTORIOGRÁFICA E A TÁTICA MARGINAL

Abstract

Para refletir sobre as relações entre o campo do patrimônio cultural e da educação patrimonial, recorreu-se à fundamentação teórica desenvolvida por Michel de Certeau. A partir deste autor, o patrimônio cultural é observado como um modo de se escrever a história pelos órgãos de preservação num dado momento específico. Já a educação patrimonial pode se configurar em práticas ordinárias que, como táticas, possibilitam a emersão das memórias recalcadas pela história materializada pelos bens patrimonializados, normalmente monumental e vinculada a fatos excepcionais. Ainda assim, há práticas de educação patrimonial alinhadas à estratégia do patrimônio consagrado e reificadoras da seleção abusiva operada pela história escrita por meio dos patrimônios. Para esse esforço reflexivo, este artigo analisa o Projeto Interação (1982-1985) e o Guia Básico de Educação Patrimonial (1999).