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Title: Abordagens Geográfica da Vigilância, Prevenção e Promoção da Saúde
Authors: Ribeiro, Eduardo Augusto Werneck
Beceyro, Carolina
Santos, Flávia de Oliveira
Keywords: Epidemiologia
Saúde publica
saúde e vigilância
Issue Date: 2019
Publisher: Instituto Federal Catarinense
Abstract: A proposta da Vigilância à Saúde começou a ser discutida desde a início da implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) na década de 90. Essa discussão foi motivada pela necessidade de ampliação das ações de vigilância epidemiológica, no sentido de contemplar as condições de vida em sua amplitude, uma vez que tais ações sempre estiveram voltadas para o controle do agente etiológico e do meio ambiente. Estas, sem dúvida, são de grande importância para romper a cadeia de transmissão das enfermidades, mas são restritas e, em geral, são focais e de baixa efetividade, por não alcançarem os determinantes dos agravos. Além disso, a necessidade de reorganização dos serviços de saúde, no sentido de responder às demandas da população tem impulsionado amplo debate sobre a Vigilância à Saúde, de forma tal que muitas são as interpretações subjacentes ao termo. Ademais, verifica-se, na literatura, polissemia que abrange: vigilância à saúde; vigilância em saúde; vigilância em saúde pública e vigilância da saúde. De qualquer forma, este livro discutirá de que maneira a Geografia pode articular com todos esses termos e o que se pode esperar na prática, de um eixo comum não apenas estruturado na epidemiologia, mas também nas informações geográficas de saúde. Nesse sentido, além das abordagens geográfica da vigilância, também abordará prevenção e promoção da saúde, que segundo Lima (2016), tem como enfoque pensar em estratégias que reconheçam o indivíduo em seu contexto de vida, na família, nos grupos sociais a que pertence, ou seja nos territórios de vida e no trabalho e, a partir da compreensão das determinações sociais da saúde, estabelecer ações de prevenção e promoção da saúde. A promoção da saúde surge como uma estratégia de atenção à saúdew que vai além da assistência médico-curativa e do enfoque da prevenção, considerando a saúde como produção social. Atua sobre as condições de vida da população, sobre os determinantes sociais da saúde, através das ações intersetoriais, na perspectiva do contexto territorial em que vive a população e não apenas na perspectiva individual e biológica. O processo saúde-doença está relacionado com o território de vida da população, sendo necessário conhecer a realidade para poder intervir sobre ela. Os trabalhos reunidos refletem as mudanças que tiveram lugar nas linhas de pesquisa da Geografia da Saúde nos últimos anos. Aos temas tradicionais são adicionados outros que dão conta das preocupações da sociedade de hoje. Uma análise geral dos trabalhos demonstra que os típicos temas vinculados com as doenças transmitidas por vetores – e que ocuparam grande parte dos trabalhos dos congressos de Geografia da Saúde dos anos anteriores (como a problemática do dengue, leishmaniose, malária e chagas), agora representam apenas uma pequena parte do total dos temas. Novas e originais perspectivas põem destaque sobre novos problemas que atingem a população: as consequências na saúde pelo uso de agroquímicos, o saneamento ambiental inadequado, a influência do clima na saúde, a saúde dos trabalhadores e da população migrante, saúde mental, nutrição das crianças, promoção da saúde e educação ambiental, sistemas de saúde, crimes violentos, o empoderamento das mulheres na questão agrária, as novas doenças como o Chikungunya, mobilização social, educação e saúde, redes comunitárias, dentre outros. Outra novidade observada é que muitos trabalhos são apresentados desde a análise da morbidade e não da mortalidade, como acontecia há uns anos. Isto significa que existe disponibilidade ao público (e os pesquisadores) de estadísticas e dados sobre doenças de notificação obrigatória. No âmbito da vigilância, prevenção e promoção da saúde, a existência de pesquisas sobre morbidade desde a Geografia poderá contribuir com a planificação dos recursos humanos, econômicos e de infraestrutura. Também a grande maioria dos trabalhos apresentam novas perspectivas vinculadas com a saúde publica e as políticas dos governos. Sobre as escalas de análise, a maioria das pesquisas são realizadas em escala estadual ou local (municípios, bairros) e só poucos trabalharam escalas nacionais ou menores. Brasil concentra quase todos os trabalhos, mas alguns estudam os problemas nas regiões de fronteiras –cidades gêmeas- fazem comparações entre sites de países diferentes (Brasil-Argentina, Brasil- Paraguai, Brasil- Guiana Francesa) o apresentam casos de outros países (Argentina). 10 Na temporalidade, quase a metade dos trabalhos pode considerar o período recente (atual o de anos recentes). Dos restantes, a maioria faz análise histórico de dados no curto prazo (séries estatísticas de períodos menores a 15 anos) e alguns de períodos a longo prazo (análise de dados para períodos de mais de 15 anos). Coloca-se em destaque que a metodologia dos trabalhos. Os que estão reunidos não refletem muitas trocas com o passar dos anos. Além da possibilidade de abordagem de novos temas, a maioria das metodologias são quantitativas. As técnicas qualitativas e os trabalhos de campo ainda não são prevalentes. Poucos podem ser considerados de corte teórico. A separação dos geógrafos do trabalho de campo constitui um problema a ser revisado, como o risco de que a Geografia continue com as análises de uma ótica remota da realidade. Para finalizar, é importante mencionar que o livro “Abordagens geográficas da vigilância, prevenção e promoção”, possibilitou enfoques de diversas temáticas e proporcionará ao leitor uma ‘viagem’ reflexiva para os diversos profissionais da saúde, estudantes e pesquisadores que se interessam pelo tema. Nós convidamos você a fazer uma ‘viagem’ e conhecer as ideias, pensamentos e pesquisas desenvolvidas no âmbito da Geografia da Saúde nestes útlimos dois anos.
Description: 1a ed.; 274p.
URI: http://biblioteca.unisced.edu.mz/handle/123456789/1226
ISBN: 978-85-5644-039-6
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